"Ora, o Espírito
afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por
obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos
que falam mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o
casamento e EXIGEM ABSTINÊNCIA DE ALIMENTOS QUE DEUS CRIOU para serem
recebidos, com ações de graças, pelos fiéis..." (I Tm 4.1-3).
Este texto é mais um que
não pode ser aplicado aos judeus. Pois sem dúvida perceberemos que Paulo agora
está fazendo referência ao Gnosticismo.
O Gnosticismo era uma
filosofia esotérica, uma religião de mistérios, que concorreu intensamente com
o cristianismo no primeiro e no secundo século de nossa era. Eles ensinavam em
síntese, que existiam dois mundo paralelos e ambíguos. Este mundo físico e
histórico habitado pelos homens (este pensamento é influência do platonismo) e
o espiritual e metafísico habitado por Deus e por anjos ou demiurgos (pequenos
deuses).
Baseados neste conceito
elementar, eles entendiam que quanto mais eles se desligassem da vida terrena,
mais próximo de D'us e do mundo espiritual eles estariam. Assim eles seriam
mais "pneymáticos" (espirituais) e menos "sarkikos"
(carnais). Assim, eles praticavam o que nós chamamos de ascetismo. Abstiam-se
de alimentos, de casamento, do sexo, de algumas bebidas, de festas, de alegrias
terrenas, etc. Aparentemente isto parece bom, mas não é! A bíblia nunca foi um
livro de 'ascetismos', segundo o pensamento judaico, a abstenção de um prazer
lícito pode ser tão pecado, quanto algo ilícito.
Infelizmente estes
gnósticos estavam sendo levados por espíritos imundos, a ensinarem a
abstinência de "Alimentos que Deus criou...". Algumas pessoas, dizem:
"Viu? Paulo disse que a abstinência de alimentos e diabólica!".
Sem dúvida, a abstinência de "ALIMENTOS QUE DEUS CRIOU" é um erro.
Mas, pergunto: O que é alimento segundo a Bíblia? Alimento segundo a bíblia é o
descritos em Levítico 11. Porco não é alimento, Urubú não é alimento, Cobra não
é alimento, etc. O problema dos Gnósticos é que eles estavam exigindo a
abstinência de alimentos bíblicos, pois estes, Deus criara para nossa
alimentação. Não somente isto, ainda escravos de seus princípios ascéticos,
ensinavam a abstinência do casamento, como se o sexo e a vida a dois fossem um
problema espiritual. Um exemplo da influência do gnosticismo no cristianismo
católico romano é o celibato dos sacerdotes, como se o sexo fosse um problema.
Claro que o gentio está
isento desta lei, mas o princípio é claro, "alimento" são os que
realmente estão descritos em Levítico. Outros animais podem ser tomados por
alimentos, mas os "animais que Deus escolheu para servirem de alimento"
são descritos com clareza no trecho citado. Um princípio que pode ser vivido
por crentes em Jesus sem legalismos, sendo que deve-se deixar claro que não há
nenhuma obrigação bíblica para que os gentios guardem as leis\instruções
alimentares. Mas, os que optarem em guardar estes princípios sem dúvida serão
abençoados, pois a palavra de Deus nunca volta vazia.
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