“O QUE PAULO REALMENTE QUERIA DIZER QUANDO USA A EXPRESSÃO SOMBRA?”
Texto: Col. 2:16,17
Paulo está na verdade dizendo que: Não é para que o servo de Deus e de Cristo se preocupe com o julgamento alheio sobre a forma de comer, beber ou a forma de celebrar as datas festivas de Deus para o povo dEle, pois se baseando no entendimento de que as sombras tem valor e um propósito estabelecidos por Deus, e por isso Ele as determinou como estatutos perpétuos no meio de seu povo e dos estrangeiros que se achegam ao convívio pela fé.
Portanto, vemos no referente texto, Paulo dizendo que se alguém me julga por estas coisas que são sombras de acontecimentos que haviam de vir, imagine o quanto estas pessoas que estão a me julgar por sombras estão afrontando o corpo que projeta e delimita a sombra, corpo este que é o de Cristo!
Notemos que no verso 17, no texto GREGO NÃO tem a presença muito comum em diversas traduções do termo “apenas” sombras, como que numa forma de minimizar sua importância, ou, dar um ar medíocre para as sombras.
Em resumo: O texto não dá embasamento para se afirmar a abolição de alguns mandamento seja ele a da Kashrut (Dieta Bíblica) de Levítico 11 e Deuteronômio 14, ou a da terminação das festas e dias como de Levítico 23 e referências ao Shabat!
Mas também não da base para a imposição de tais mandamentos aos Gentios crentes em Jesus como o Messias em quem encontramos descanso para a alma; trata de algo que deve se dar naturalmente pela ação do Espírito que convence e ilumina o entendimento daqueles que em sinceridade desejam agradar a Deus fazendo a vontade de Deus por amor e em respeito a Ele!
Ao repararmos na continuação do texto dos versos 18-23, vemos claramente que *Paulo está dando uma palavra de repreensão aos que se deixavam levar pelos Sábios daquela época principalmente os Ascetas e Gnósticos, no qual por seus ensinos humanos e não dados por Deus como os revelados na Torah, fazem dos fracos na fé, presas fáceis, que se deixam impor jugos pesados como os do ascetismo que dita que o homem para alcançar a pureza deve se abster de comer carne, de casar e que não pode tocar isso ou aquilo, cheios de regras humanas que podem aparentar alguma humildade mas não tem valor algum para refrear as pessoas de agirem de acordo com as concupiscência de sua carne enferma pelo pecado, capacidade esta, que só é dada a quem por meio do arrependimento e confiança em Deus através de Cristo, torna-se nova criatura e se caracteriza como Templo do Capacitador o Espírito do Deus Santíssimo!*
Afinal, qual é a definição de formação de uma sombra?
Vejamos: Assim como a luz projeta no plano uma delimitação estilizada de um corpo, de mesma maneira Deus o Pai das Luzes, revelou pela sua Palavra através de procedimentos e cerimônias a delimitação profética daquilo que se manifestaria e ainda há de se manifestar na vida e obra corpórea de seu Filho Jesus o Messias.
Vemos portanto que *alguns elementos dados por Deus através da entrega da Torah no Sinai serviriam para preparar o entendimento dos Filhos de Israel de uma forma bem didática para o que significaria os acontecimentos na manifestação do Filho de Deus de forma corpórea, os preparando paulatinamente para compreender os acontecimentos futuros e aguçar as suas esperanças na manifestação da misericórdia de Deus (como o próprio nome de Jesus significa, a manifestação em pessoa da Salvação Divina).*
Vejamos portanto, alguns elementos da Torah (Instrução de Deus) que serviriam como sombras, que mostram a delimitação de um corpo no plano, o principal deles é o Sacerdócio Levitico e a oficialização deste nos atos para perdão e purificação de pecados.
Vemos que tanto no ofício diário de oferecimento de sacrifícios para perdão de pecados individuais conscientes, como na aspersão das cinzas da novilha vermelha para perdão de pecados individuais inconsciente ou chamados “por ignorância”, como também no dia do perdão de pecados da coletividade no Yom Kippur, há a necessidade de derramamento de sangue inocente para cobertura destes pecados, e há a necessidade de um intercessor que faça a mediação entre Deus e aquele que arrependido dos seus atos, oferece o sacrifício daquilo que lhe é caro, daquilo que lhe custa algo.
Corações abertos à plenificação do entendimento da Torah, compreendiam que estas sombras especificadas acima, não eram o corpo em si, mas sim representações transitórias daquilo que haveria de se manifestar, mas nem por isso perdiam seu valor, seja o valor de mostrar por delimitações estilizadas, que em suma permitiria que aqueles que se deparassem com o objeto revelado que outrora fora projetado, não se enganassem com falsos objetos revelados, que por não terem a delimitação idêntica a da sombra projetada, poderiam ser facilmente descartados, ou pelo valor imediato de confiança antecipada no caso específico do sacrifício, pois QUEM TIVESSE A COMPREENSÃO DO FUTURO POR REVELAÇÃO DIVINA, ainda assim sacrificaria animais para perdão de pecados e purificação não se atendo ao ato em si, mas sabendo da representatividade daquilo que se manifestaria, em outras palavras, o pecador que por revelação divina deslumbrou o futuro sacrifício perfeito de Jesus que ocorreu a cerca de 2.000 anos atrás, ainda sacrificaria animais pela necessidade de derramamento de sangue estipulado por Deus, mas teria a intenção em tal ato não a de confiar no ato em si, mas sim a intenção de dar uma espécie de cheque pré-datado pelo arrependimento de seus delitos, cujo o saldo somente seria positivo para a compensação do cheque, na justificação proveniente do derramamento de sangue do cordeiro perfeito, a saber Jesus, que ao mesmo tempo que é o sacrifício é também o mediador do sacrifício perfeito, sendo que não é mortal e perecível como os Sumo-Sacerdotes terrestres que em certa data morriam por seus pecados, tendo que ser substituídos, sendo assim se institui uma ordem sacerdotal perfeita, pois não mais precisa oferecer sacrifico por si, e eternamente media a relação do homem com Deus, e é disso que se trata Hebreus 8 à 10.
Abraão contemplou a vinda e obra do Messias e se regozijou (João 8:56), pois conseguiu ver o objeto cuja a sombra delimitava.
Pr. Thiago G. Sanchez
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