sexta-feira, 28 de junho de 2019

“POR QUE ALGUNS CRISTÃOS SÃO INIMIGOS DOS JUDEUS E CONTRA ISRAEL?”




Podemos dizer que Marcião de Sinope e o imperador romano Constantino tiveram grande participação nisso.

Marcião (viveu entre 110-160 d.C.), foi um bispo natural de Sinope - uma cidade junto ao Mar Negro que faz parte do território Turco, na Ásia Menor que viajou para Roma. Segundo relatos, ele era filho de Cristãos, e seu pai foi um bispo da Igreja antiga. Marcião foi mais tarde excomungado por ser considerado um verdadeiro herege.

Marcião criou uma doutrina descontextualizada e desconhecida pelos apóstolos, principalmente baseada nas cartas de Paulo, sendo facilmente percebida até hoje quando o assunto em questão envolve a Lei e a Graça. De acordo com Marcião, Paulo era o único apóstolo que tinha entendido corretamente a nova mensagem de salvação, tal como foi proferida por Cristo.

Em seu livro "Origem do Novo Testamento", Adolf von Harnack defendeu que Marcião percebia a igreja de sua época como sendo principalmente uma "igreja do Antigo Testamento", ou seja, que "segue o testamento do Deus criador", sem um cânone do Novo Testamento firmemente estabelecido e que a igreja formulou gradualmente seu cânone em resposta ao desafio proposto por Marcião.
 
A teologia chamada de marcionismo propunha a existência de dois deuses distintos, fator que contribuiu para divisão da Bíblia e gerou os termos “Antigo Testamento” e o “Novo Testamento”.

A consequência dessa nova modalidade bíblica fez com que o Novo Testamento fosse mais valorizado.

Ele rejeitava a teologia do Antigo Testamento inteiramente e considerava que o deus representado lá era um ser inferior. 

Em "Antithesis", Marcião alegava que o Antigo Testamento era incompatível com os ensinamentos de Jesus sobre Deus e a moralidade. Ele acreditava que Jesus teria vindo para liberar a humanidade da autoridade do deus do Antigo Testamento e para revelar o deus superior de bondade e misericórdia que Ele chamava de "Pai". 

Marcião foi considerado herege quando ele rejeitou toda a Bíblia hebraica e outros livros cristãos que foram eventualmente incorporados no Novo Testamento canônico. Ele declarou que o cristianismo era distinto e em oposição ao judaísmo.

A premissa do Marcionismo é que muitos dos ensinamentos de Cristo são incompatíveis com as ações do Deus do Antigo Testamento. Tertuliano afirmou que Marcião foi o primeiro a separar o Novo Testamento do Antigo Testamento.

Ferguson (2002) cita "De praescriptione haereticorum", de Tertuliano: “Como Marcião separou o Novo Testamento do Antigo, ele é necessariamente subsequente àquilo que separou, pois apenas estava em seu poder separar o que estava antes unido. Tendo estado unido antes de sua separação, o tato de sua subsequente separação prova a subsequência também do homem que efetuou a separação.”

Marcião considerou parte dos argumentos de Paulo como a essência da verdade religiosa e criou dois princípios:

1.    O Deus justo e irado do Antigo Testamento, o criador do mundo; e,
2.    O Deus do Evangelho que é puramente amor e misericórdia e que foi revelado por Jesus. Uma visão politeísta e pagã.

Marcião de Sinope teve dificuldades de entender que a Graça de Deus está presente desde a queda de Adão (na verdade a graça de Deus é um atributo divino, e está presente quando Deus decide criar o ser humano que Deus sabia que não merecia ser criado, pois logo em seguida o desobedeceria), e que ela também estava presente quando Deus enviava os profetas apregoando o arrependimento aos gentios (Noé, Jonas, etc) e aos filhos de Israel. Marcião não compreendeu que a Justiça e a Misericórdia são inseparáveis – Hebreus 12:29.

Marcião foi excomungado pela Igreja de Roma por volta do ano de 144 e retornou à Ásia Menor, onde continuou a espalhar sua mensagem até sua morte.

Passado praticamente 165 anos desde a morte de Marcião de Sinope, ocorreu então a ruptura do cristianismo com Jerusalém, e o império romano estabeleceu um novo cristianismo por volta de 325 d.C.

A separação da igreja gentílica dos judeus crentes em Jesus gerou o Concílio de Nicéia (na Turquia) onde os bispos do império romano reuniram-se para definir o “NOVO” cristianismo e suas tradições, sob ordens do primeiro imperador [SUPOSTAMENTE] cristão, Constantino.

Uma vez que o “CRISTIANISMO” passou a estar sob NOVA DIREÇÃO por força do império romano, os Judeus crentes em Jesus foram considerados hereges, expulsos e perseguidos por não concordarem com as mudanças que foram impostas pelo exército de Constantino. E muitos dos que se opuseram foram mortos.

No concílio de Nicéia nasceu o CRISTIANISMO MODERNO que gerou mudanças no dia de culto, do Sábado para o Domingo, cancelaram as FESTAS BÍBLICAS que a Igreja até então celebrava, alteraram o calendário (nos lembrando a profecia que está escrita em DANIEL 7:25) e eliminaram ISRAEL e os Judeus do contexto bíblico, fator que mais tarde deu origem a famosa Teologia da Substituição que contradiz completamente a Carta de Paulo aos Romanos cap. 11 e a profecia de Jeremias encontrada no capítulo 31:31-37.

Estamos cheios de Cristãos marcionistas; todo aquele que diz que lei é coisa do velho testamento e que hoje seguimos o evangelho, que trata os judeus com desprezo, que menospreza as Escrituras hebraicas por acreditar que hoje o que devemos obedecer é o novo testamento, é um CRISTÃO MARCIONISTA! 

Thiago G. Sanchez, servo, Pr.

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