Podemos dizer que
Marcião de Sinope e o imperador romano Constantino tiveram
grande participação nisso.
Marcião (viveu
entre 110-160 d.C.), foi um bispo natural de Sinope - uma cidade junto ao Mar
Negro que faz parte do território Turco, na Ásia Menor que viajou para Roma.
Segundo relatos, ele era filho de Cristãos, e seu pai foi um bispo da Igreja
antiga. Marcião foi mais tarde excomungado por ser considerado um verdadeiro
herege.
Marcião criou uma
doutrina descontextualizada e desconhecida pelos apóstolos, principalmente
baseada nas cartas de Paulo, sendo facilmente percebida até hoje quando o
assunto em questão envolve a Lei e a Graça. De acordo com Marcião, Paulo era o
único apóstolo que tinha entendido corretamente a nova mensagem de salvação,
tal como foi proferida por Cristo.
Em seu livro "Origem do Novo Testamento",
Adolf von Harnack defendeu que Marcião percebia a igreja de sua época como
sendo principalmente uma "igreja do Antigo Testamento", ou seja, que "segue o testamento do Deus
criador", sem um cânone do Novo Testamento firmemente estabelecido e que a
igreja formulou gradualmente seu cânone em resposta ao desafio proposto por
Marcião.
A teologia chamada
de marcionismo propunha a existência de dois deuses distintos, fator que
contribuiu para divisão da Bíblia e gerou os termos “Antigo Testamento” e o
“Novo Testamento”.
A consequência
dessa nova modalidade bíblica fez com que o Novo Testamento fosse mais
valorizado.
Ele rejeitava a teologia do Antigo Testamento
inteiramente e considerava que o deus representado lá era um ser inferior.
Em "Antithesis", Marcião alegava
que o Antigo Testamento era incompatível com os ensinamentos de Jesus sobre
Deus e a moralidade. Ele acreditava que Jesus teria vindo para liberar a
humanidade da autoridade do deus do Antigo Testamento e para revelar o deus
superior de bondade e misericórdia que Ele chamava de "Pai".
Marcião foi
considerado herege quando ele rejeitou toda a Bíblia hebraica e outros livros
cristãos que foram eventualmente incorporados no Novo Testamento canônico. Ele
declarou que o cristianismo era distinto e em oposição ao judaísmo.
A premissa do
Marcionismo é que muitos dos ensinamentos de Cristo são incompatíveis com as
ações do Deus do Antigo Testamento. Tertuliano afirmou que Marcião foi o
primeiro a separar o Novo Testamento do Antigo Testamento.
Ferguson (2002)
cita "De praescriptione haereticorum", de Tertuliano:
“Como Marcião separou o Novo Testamento do Antigo, ele é necessariamente
subsequente àquilo que separou, pois apenas estava em seu poder separar o que
estava antes unido. Tendo estado unido antes de sua separação, o tato de sua
subsequente separação prova a subsequência também do homem que efetuou a
separação.”
Marcião
considerou parte dos argumentos de Paulo como a essência
da verdade religiosa e criou dois princípios:
1.
O Deus justo e irado do Antigo Testamento,
o criador do mundo; e,
2.
O Deus do Evangelho que é puramente
amor e misericórdia e que foi revelado por Jesus. Uma visão politeísta e pagã.
Marcião de Sinope teve dificuldades de entender que a
Graça de Deus está presente desde a queda de Adão (na verdade a graça de Deus é
um atributo divino, e está presente quando Deus decide criar o ser humano que
Deus sabia que não merecia ser criado, pois logo em seguida o desobedeceria), e
que ela também estava presente quando Deus enviava os profetas apregoando o
arrependimento aos gentios (Noé, Jonas, etc) e aos filhos de Israel. Marcião
não compreendeu que a Justiça e a Misericórdia são inseparáveis – Hebreus
12:29.
Marcião foi
excomungado pela Igreja de Roma por volta do ano de 144 e retornou à Ásia
Menor, onde continuou a espalhar sua mensagem até sua morte.
Passado
praticamente 165 anos desde a morte de Marcião de Sinope, ocorreu então a
ruptura do cristianismo com Jerusalém, e o império romano estabeleceu um novo
cristianismo por volta de 325 d.C.
A separação da
igreja gentílica dos judeus crentes em Jesus gerou o Concílio de Nicéia (na
Turquia) onde os bispos do império romano reuniram-se para definir o “NOVO”
cristianismo e suas tradições, sob ordens do primeiro imperador [SUPOSTAMENTE] cristão,
Constantino.
Uma vez que o
“CRISTIANISMO” passou a estar sob NOVA DIREÇÃO por força do império romano, os
Judeus crentes em Jesus foram considerados hereges, expulsos e perseguidos por
não concordarem com as mudanças que foram impostas pelo exército de
Constantino. E muitos dos que se opuseram foram mortos.
No concílio de
Nicéia nasceu o CRISTIANISMO MODERNO que gerou mudanças no dia de culto, do
Sábado para o Domingo, cancelaram as FESTAS BÍBLICAS que a Igreja até então
celebrava, alteraram o calendário (nos lembrando a profecia que está escrita em
DANIEL 7:25) e eliminaram ISRAEL e os Judeus do contexto bíblico, fator que
mais tarde deu origem a famosa Teologia da Substituição que contradiz
completamente a Carta de Paulo aos Romanos cap. 11 e a profecia de Jeremias encontrada
no capítulo 31:31-37.
Estamos cheios de Cristãos marcionistas; todo aquele que diz que lei é coisa do velho testamento e que hoje seguimos o evangelho, que trata os judeus com desprezo, que menospreza as Escrituras hebraicas por acreditar que hoje o que devemos obedecer é o novo testamento, é um CRISTÃO MARCIONISTA!
Thiago G. Sanchez, servo, Pr.
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