quinta-feira, 17 de outubro de 2019

O TAMANHO E A DIMENSÃO DO PERDÃO!"

"O TAMANHO E A DIMENSÃO DO PERDÃO!"

“Então Kefa (Cefas/Pedro), aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete” (Mt 18:21-22).

Kefa (Cefas/Pedro) lança a pergunta: “...Até quanto devo perdoar...?"

Perdão é: “O processo mental ou espiritual de cessar o sentimento de ressentimento ou raiva contra outra pessoa ou contra si mesmo, decorrente de uma ofensa percebida, diferenças, erros ou fracassos, ou cessar a exigência de castigo ou restituição”.

Kefa (Cefas/Pedro) logo estabelece um limite: "...até 7 vezes?"

Kefa (Cefas/Pedro) estabelece outro limite, o chamado fronteira: "...meu irmão..."

A resposta do Messias, porém, ensina à Kefa (Cefas/Pedro) que este deveria (e nós também devemos hoje como discípulos do Mestre) alcançar um padrão de satisfação não apenas humano (aquele que nos agrade) como também E principalmente o divino (que agrade principalmente a Deus e a Cristo) – no tocante ao perdão.

Sobre o termo 70×7:

O número setenta (70) na tradição antiga israelita era também associado às nações estrangeiras (Bereshit Raba 37). Então podemos dizer que o perdão deveria ser tão abrangente que alcançaria até mesmo todas as nações da terra! 

Ou seja, abrange até aqueles que não são irmãos.

Pedro veio com um limite de fronteira, mas Jesus removeu esse limite de fronteira para que se atinja de fato a plenitude!

E isso se trata de um grande desafio para o povo judeu por exemplo.

Perdoar os judeus publicanos a serviço do império Romano (e tidos como traidores da pátria) já era algo que soava como um absurdo aos ouvidos de muitos judeus naquela época, que dirá perdoar um Romano, um Egípcio, um Assírio, um Grego, um Árabe.

Ou seja, não se trataria apenas de proporção, de quantidade em si, mas também de dimensão no sentido de extensão!

Ou seja, significa perdoar o mundo todo se preciso for caso este venha lhe pedir perdão.

Isso é um desafio e tanto principalmente para um hebreu-israelita-judeu, devido a tudo que o mundo lhes tem causado por século e séculos, por milênios!

Ou seja, não é só Perdoar o irmão, aquele que faz parte do mesmo povo, da mesma nação, que professa a mesma fé, que pertence ao mesmo ísmo religião, pois essa foi a fronteira, o limite, imposto por Pedro ou que Pedro tinha em mente, quando especificou dizendo: "...meu irmão..."

Jesus sabiamente ensinou que não é só perdoar o teu irmão, mas também todo aquele, de qualquer que seja a nação, que não é teu irmão, tanto na fé, quando nacionalmente falando, caso este venha a te pedir perdão.

Isso sim que é plenitude!

O perdão deveria ser dimensional, ou seja, extensivo, e também atemporal, pois não se menciona quando isso deveria repetir-se – a constância do perdão – então podemos dizer que a cada novo dia esta regra se renova!

Pedro veio com limite ou tamanho, e quantidade.

Jesus ampliou o limite ou tamanho, a quantidade, incluiu abrangência no sentido de dimensão rompendo fronteiras, limites, e barreiras.

O perdoar sete vezes se aplica a perdoar os irmãos arrependidos.

Lucas 17:3,4 "Tende cuidado de vós mesmos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o e, caso ele venha a se arrepender, perdoa-lhe. Se, contra ti pecar sete vezes ao dia, e por sete vezes vier a ter contigo, dizendo: ‘Arrependo-me do que fiz’. Perdoa-lhe!”

Mas o introduzir do número setenta acrescenta também os não irmãos, ou seja, os gentios, as nações, o mundo, que se arrependendo e pedindo perdão pelo mal/dano causado, pelo sofrimento causado e injustiça feita, não lhes deve ser retido ou negado o perdão.

Esta é uma perspectiva fácil de ser entendida, porém viver a situação em si é muito mais complexo, pois envolve mecanismos emocionais que por vezes impedem que seja tomado a atitude de liberar o perdão de coração.

O termo 70×7 está ligado também as 70 semanas de Daniel (70×7) e significam “a consumação de tudo”. 

E quando estas palavras (70x7) foram ditas a Kefa (Cefas/Pedro), ele também imediatamente associou as 70 semanas de Daniel (70×7) que indicam perdão e redenção/libertação.

O perdão é de fato libertador!

Isso significa que se o Eterno nos perdoa e nos redime até a consumação dos séculos, devemos aceitar o desafio fazer o mesmo; e para tal desafio nós precisamos realmente de que? De mais fé? Não!

Lucas 17:5,6 "Diante disso, pediram os apóstolos ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!”Ao que encorajou-os o Senhor: “Se tiverdes fé do tamanho de uma semente de mostarda, podereis dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá’"

Precisamos de que então, se não é de mais fé? 

De um espírito agradecido a Deus por ter sido perdoado por Este, de humildade, e de amor!

Perdoe pelo bem do perdão, porque o Messias atrelou o perdão de nossos erros, ao perdão que deve ser liberado por nós, à quem quer que seja como Jesus queria que Pedro e os demais discípulos-apóstolos estendesse! 

“E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6:12).

"Pois, se perdoardes aos homens as suas ofensas, assim também vosso Pai celeste vos perdoará" (Mt 6:14).

"Entretanto, se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas" (Mt 6:15)

"Assim também o meu Pai celestial vos fará, a cada um, se de todo o coração não perdoardes cada um a seu irmão" (Mt 18:35).

O perdão resultará na redenção das vidas envolvidas com o problema. 

A redenção é a salvação de um mal iminente; portanto o perdão é de fato a salvação de um mal que está para ser desencadeado sobre as partes envolvidas no problema: a morte!

Além do mais: o número 490 (70×7) tem simbologia especial. Está associado com a palavra hebraica “Tamim”, cujas letras somam 490, e que representa um conceito importante na Torah do Eterno: “perfeição, sem defeito, concluído, íntegro”.

Deuteronômio 18:13 nos diz: “Perfeito serás, como o IHVH teu Deus”. 

Mas você pode dizer: “Isso está na Torah”! Agora vivemos numa outra condição, na graça! 

Mesmo sabendo que esse pensamento está errado, ainda sim nós vamos ver as palavras de Paulo, que nos dizem o seguinte:

“Porque nos regozijamos de estar fracos, quando vós estais fortes; e o que desejamos é a vossa PERFEIÇÃO. Portanto, escrevo estas coisas estando ausente, para que, estando presente, não use de rigor, segundo o poder que o Senhor me deu para edificação e não para destruição. Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, sede PERFEITOS, estai consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de AMOR e de paz será convosco” (2 Co 13:9-11).

“E, sobre tudo isto, revesti-vos de AMOR, que é o vínculo da PERFEIÇÃO” (Cl 3:13).

Estas palavras nos mostram que há uma associação clara do amor com a perfeição! 

E o amor perdoa a qualquer um e a qualquer tempo! 

Detalhe: amar é mandamento e não opção! 

E o amor está ligado ao Criador, pois está escrito: “Quem não ama, não tem conhecido a Deus, porque Deus é amor” (1 Jo 4:8). 

E quem não ama além de não ter um relacionamento com o Criador está arriscado a ir para o inferno por conta da falta deste “sentimento” que é ao mesmo tempo um mandamento e que é também o resultado da presença do Criador em nossa vida pelo Seu Santo e Bendito Espírito!

Sendo assim, as lições que podemos aprender são:

– Não podemos restringir ou limitar o perdão.

– Não podemos estabelecer fronteiras territoriais para o perdão.

– Não podemos escolher a quem perdoar.

Para andarmos em perfeição como Jesus andou precisamos obedecer e perdoar de forma ilimitada como Ele nos perdoou.

Pr. Thiago G. Sanchez

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