CRISTOLOGIA
(sem a influência dos pais da igreja Pós concílio
católico de Nicea)
“NO PRINCÍPIO, ERA O VERBO, E O VERBO ESTAVA COM DEUS, E DEUS ERA O
VERBO... E O VERBO SE FEZ CARNE
E HABITOU ENTRE NÓS, E VIMOS A SUA GLÓRIA, COMO A GLÓRIA DO UNIGÊNITO DO PAI,
CHEIO DE GRAÇA E DE VERDADE”. JOÃO 1.1,14
O apóstolo
João começa seu evangelho apresentando Jesus como o Verbo de Deus. Ele usa o
termo grego logos, que a maioria de nossas versões traduz por “Verbo” ou
“Palavra”. Ele emprega esse vocábulo apenas no prólogo, duas vezes (Jo 1.1,14 ), e não no resto do
evangelho, pois relata a história do Jesus Homem, o Verbo feito Carne. O
apóstolo emprega, ainda, o referido termo em sua primeira epístola (1 Jo 1.1 ) e em Apocalipse 19.13. Trata-se de uma palavra que exige explicação
para tornar-se compreensível ao povo na atualidade, entretanto, era conhecida
aos leitores da época.
O LOGOS
“Logos” é,
em si mesmo, um termo de cunho filosófico e raro na literatura homérica, mas de
significado amplo na filosofia. Possui dezenas de significados, entre
eles: “palavra, razão, pensamento, expressão”.
O termo
hebraico é דָּבָר (dābār ou davar), “palavra,
fala, discurso, coisa”, traduzida na Septuaginta alternadamente por λόγος e ῥῆμα (logos
e rhēma).
Em Provérbios 8 e 9, a
sabedoria é o agente de Deus na iluminação e na criação.
A associação da Sabedoria Divina com o Cristo
pré-encarnado, foi feita por Tertuliano (155-222d.C.) como um
dos dois estágios da história do Logos.
AS TRÊS
CLÁUSULAS DE JOÃO 1.1
A primeira
parte de João 1.1
diz: “No princípio era o Verbo” (Jo 1.1a). No princípio
ele já existia. Ou
seja, exatamente no Gênesis 1.1, o Verbo já estava com o Pai.
Ele foi a
ferramenta divina de
Deus: “Todas as coisas foram feitas por INTERMÉDIO dele, e sem
ele, nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3).
Essa afirmação
diz respeito a sua pré-existência. A Bíblia
declara “no princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1), mas o apóstolo João foi mais além
ao afirmar que “no princípio era”, ou seja, já existia o Verbo; SENDO ASSIM, especificamente no
princípio Deus não estava sozinho.
O imperfeito
grego ἦν (ēn), traduzido como “era”, é
existencial. Quer
dizer que ele já existia ao menos quando
se inicia o momento específico denominado de princípio, quando vai ocorrer o
processo de criação dos céus e da terra bem como de tudo o que neles há. Ele antecede a linha do
tempo “ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele” (Cl 1.16,17). Ele
estava com o Pai antes da criação do mundo (Jo 17.5,24).
A
pré-existência de Cristo NA
CONDIÇÃO DE PALAVRA DIVINA, NA MENTE E NA BOCA DE DEUS, NO ÂMAGO DE DEUS, é eterna, tendo em vista que DEUS NUNCA
FOI MUDO EM SUA EXISTÊNCIA ETERNA; então como Palavra em Deus, na mente de
Deus, na boca de Deus, no âmago de Deus, ele é eterno como Deus o é; O FILHO
NA CONDIÇÃO DE PALAVRA EM DEUS, É ETERNO SIM; MAS ISSO NÃO SE APLICA AO
MOMENTO NA ETERNIDADE EM QUE DESTA PALAVRA DIVINA EM DEUS, É GERADO UM SER
DIVINO DISTINTO DE DEUS O PAI QUE ATÉ ENTÃO ESTAVA SOZINHO NA ETERNIDADE (O
Filho de Deus não foi criado num ponto na eternidade antes de toda a criação; o
Filho pré-encarnado não é uma criatura, como tendo sido criado como os anjos o
foram; ele é o Unigênito do Pai por meio de quem tudo foi por Deus criado).
O profeta
Miquéias, ao anunciar o nascimento do Messias na cidade de Belém de Judá,
concluiu a mensagem dizendo: “e cujas origens são desde os tempos antigos,
desde os dias da
Ìolam (hb. Sig: eternidade ou antiguidade)” (Mq 5.2).
Isto revela
que a origem existencial do Filho se dá na eternidade; COMO PALAVRA
DIVINA EM DEUS E NA MENTE DE DEUS ele não teve princípio de existência
porque Deus nunca foi mudo; MAS COMO SER DIVINO DISTINTO DE DEUS ele
teve sim um início, um começo, e este se deu quando DEUS O GEROU A PARTIR DA
PALAVRA DIVINA, EM UM PONTO NA ETERNIDADE, E ANTES DO MOMENTO DENOMINADO NAS
ESCRITURAS DE PRINCÍPIO, para que por meio dele Deus criasse todas as
coisas que vieram a ser criadas; NO PRINCÍPIO DEUS NÃO ESTAVA MAIS SOZINHO,
POIS COM ELE JÁ ESTAVA O SEU UNIGÊNITO.
NUM DADO PONTO NA ETERNIDADE, ANTES
DA CRIAÇÃO DE TUDO O QUE FOI CRIADO, O FILHO REALMENTE NÃO EXISTIA COMO SER
DIVINO DISTINTO DE DEUS O PAI; PORÉM, NA CONDIÇÃO DE PALAVRA EM DEUS, NA MENTE
DE DEUS, NA BOCA DE DEUS, NO ÂMAGO DE DEUS, ELE SEMPRE EXISTIU TENDO EM VISTA
QUE DEUS NUNCA FOI MUDO; SENDO ASSIM, A PALAVRA SEMPRE ESTEVE COM DEUS E EM
DEUS!
SENDO ASSIM, no princípio era o verbo
não mais COMO PALAVRA NA MENTE, NA BOCA DE DEUS, e sim COMO SER DIVINO GERADO
NUM PONTO NA ETERNIDADE, ANTES DO PRINCÍPIO, E DE TUDO O QUE FOI CRIADO POR DEUS.
Jesus é o mesmo ontem, hoje, e
eternamente, porque desde sempre ele é Palavra de Deus, seja inicialmente na
mente, na boca, no âmago de Deus, seja posteriormente como Palavra gerada num
ponto na eternidade e por fim como Palavra encarnada; o fato é que: ONTEM, HOJE
E SEMPRE, ELE É A PALAVRA DE DEUS!
Ele em todos os casos é o mesmo, a
Palavra de Deus, quer em Deus na boca e mente de Deus, quer distinto de Deus
após ser gerado a partir da Palavra, quer a partir de sua encarnação; em todos
os casos ele é a Palavra de Deus, e isso não mudou, nem irá mudar jamais.
O texto
joanino é claro e objetivo ao mostrar que nada há nesse infinito universo que
não seja criado por
intermédio do
Verbo de Deus que entra em cena como ser divino distinto e gerado, para ser a
Ferramenta Divina, por meio da qual Deus originalmente criou tudo o que criou,
quer visível, quer invisível.
Deus o Pai (A Divindade Ser Supremo) é livre de
toda a distinção temporal de passado ou de futuro, ele não teve um começo e nem
terá fim em seu Ser, é de duração infinita de tempo, sem início nem fim. O mesmo se aplica ao Filho na
condição de Palavra NA mente e NA boca de Deus, ou seja, se aplica ao Filho
estando este em Deus como Palavra, mas não se aplica ao Filho como um Ser
Divino gerado e distinto de Deus o Pai, pois aí sim ele teve um princípio de
existência como Ser Divino.
Jesus é Deus, ou seja, ele é divino e
não se deve negar sua divindade; porém, ele era, é, e sempre será Subordinado
ao Pai; e na condição de ser divino e distinto do Pai ele, como Palavra gerada
e distinta do Pai, ressalto que ele teve sim princípio; mas na condição de
Palavra na mente e na boca de Deus, e levando em consideração que Deus o Pai
nunca foi mudo, nesse sentido sim, ele na condição de Palavra antes de ser gerado,
não teve um princípio, pois Deus nunca foi mudo desde sempre.
“E o Verbo
estava com
[ou EM] Deus” (Jo 1.1b). O termo
“Deus”, nessa cláusula, é uma referência ao Pai.
Assim, a
parte b de João 1.1
pode mostrar o Pai como
Pessoa distinta do Verbo,
mas também pode mostrar o Verbo não distinto do Pai; porque o grego ‘PROS’
traduzido como “com”, pode também ser traduzido como “em”.
E a bem da verdade, no campo da
eternidade, o Verbo primeiro estava EM, mas num dado ponto na eternidade ele
passou a estar COM, após ter sido gerado antes de toda a criação.
Ou seja:
Antes do ponto na eternidade em que
foi gerado e do princípio onde se dá a criação, ele estava EM Deus.
A partir do ponto na eternidade em
que foi gerado e no princípio onde se dá a criação, ele estava COM Deus.
Como se trata de princípio, que se
refere a Gn 1.1 não se trata do Verbo EM Deus, mas do Verbo COM Deus, pois ele
já havia sido gerado como Ser divino distinto de Deus, para por meio dele, Deus
trazer a existência toda a Criação visível e invisível.
“E o Verbo
era Deus” (Jo 1.1c). Se pegar o texto em grego verá que
ele na verdade diz: “E Deus era o verbo”.
Como já dito o Verbo gerado de Deus é
divino sim e ponto; No princípio da criação, Deus o Pai e Ser Supremo não
estava mais sozinho, porque num ponto na eternidade, antes de toda a Criação no
princípio, a primeira coisa que entra em cena, é o Filho gerado como Ser Divino
distinto de Deus o Pai, e ele é gerado através da Palavra em Deus, e que estava
na mente, na boca de Deus, para Deus entra em ação na criação por meio dele que
entra em cena como Ferramenta Divina.
Para ajudar na compreensão vamos
entender que Deus estabeleceu Moisés por Deus no Egito diante de Faraó, os
sinais realizados no Egito por meio de Moisés, foi na verdade Deus fazendo
através de Moisés por meio do poder que se origina no próprio Deus a quem
Moisés no Egito e diante de Faraó representava legalmente.
Então entenda: No princípio da
Criação quando as coisas foram sendo trazidas a existência, era Deus fazendo
por meio do poder divino que se origina nEle próprio, e Deus fez sim através do
Verbo divino gerado num ponto na eternidade e antes de toda criação; este Verbo
divino gerado, O representava na Criação e perante a Criação.
“E o Verbo se fez carne” (Jo 1.14a).
Ou seja, o verbo que, na condição de Palavra em Deus na mente e boca de
Deus, sempre existiu pois Deus nunca
foi mudo desde sempre, e que ao ser
gerado num ponto na eternidade antes de toda a criação veio a ser a
ferramenta divina por meio da qual Deus criaria todas as coisas com o poder que
se origina em si mesmo, e no tempo determinado foi milagrosamente (pelo poder
divino e através do próprio Espírito do Santo Deus o Pai) concebido no ventre
de uma jovem a fim de como homem cumprir uma missão messiânica, libertadora,
restauradora, salvadora, um plano divino de salvação, que fora elaborado por
Deus o Pai na eternidade.
O Capítulo 1 de João relata que o Verbo
se tornou homem: “e o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua
glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). Ele habitou
entre nós. O verbo grego usado, aqui, para “habitar” é σκηνόω (skēnoō)
“morar em uma tenda”.
O Ser divino gerado, veio como
homem ao ser concebido, realizou a
obra da redenção na cruz do Calvário, retornou ao Céu para junto do Pai que primeiramente
o gerou e posteriormente o concebeu milagrosamente, e é junto do Pai que ele dirige a
sua igreja, e ele voltará em
glória para estabelecer a paz universal e acabar de cumprir o que ainda está para se cumprir nas
profecias.
Graça E Paz!Thiago G. Sanchez
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