"O GRANDE DIA DA EXPIAÇÃO"
† «YOM KIPPUR» †
Um dia por ano, o Sumo Sacerdote (Kohen HáGadol), deixava o véu (poreketh) à parte e entrava no Santo dos Santos (Kodesh Há Kodashim), para fazer expiação (Kaphar) pelos pecados (chatta’ah) da nação e para através do arrependimento sincero (nocham) receber o perdão (c ^ eliychah) de Deus (Elohiym). O dia 10 do 7º mês – Tishre. Pelo nosso calendário, estaria entre o fim de setembro ou o início de outubro.
Trata-se de um dia de jejum (tsowm ou tsom) no qual nenhum trabalho (m ela’kaĥ) poderia ser feito. Levítico 23:26-32
O dia da expiação (Yom Kippur) era para o sacerdócio, para o povo, e para o lugar de habitação de Deus, o Tabernáculo (Mishkan), que Ele disse, reside com eles no meio das suas imundícias (tum’ah).’ Levítico 16:16
O propósito do dia da expiação era desviar a ira de Deus pelos pecados do povo no último ano, e buscar o favor diante d’Ele. Era o dia no qual o significado do sistema expiatório alcançava seu ponto mais alto. Apesar de diariamente, semanalmente, haver sacrifícios (zebach) que eram oferecidos, ainda haviam pecados (chatta’ah) que não foram reconciliados completamente, e neste dia especial todas as pessoas buscavam a Deus para serem perdoadas.
ENTRANDO RAPIDAMENTE NA TRADIÇÃO JUDAICA
E agora, o que os judeus fazem para receber expiação?
ARREPENDIMENTO
Com a queda do Templo em Jerusalém e o cessar temporário das ofertas expiatórias por falta de Templo em Jerusalém, o arrependimento como o meio de expiação para os pecados tornou-se um assunto extremamente importante no judaísmo. Até mesmo quando os sacrifícios ainda eram realizados, os Rabinos ensinavam que era preciso haver contrição, para que uma oferta fosse aceita por Deus.
ELES AFIRMAVAM:
“Nem ofertas pelo pecado, nem ofertas pela transgressão, nem morte, nem o dia da expiação, podem trazer expiação sem haver arrependimento”. [Tosifta Joma v. 9].
Quando o Templo foi destruído e os sacrifícios já não podiam mais ser oferecidos, o povo judeu precisava de uma garantia de perdão e expiação.
ASSIM OS RABINOS DISSERAM:
“De onde é derivado que, se a pessoa se arrepende, é imputado a ela como se ela tivesse subido para Jerusalém, construído o Templo, erguido um altar e oferecido os sacrifícios exigidos na Torah? Do texto, “os sacrifícios para Deus são um espírito quebrantado” Salmo 51:17 [Lev. R. vii 2].
"Eu não quero de vocês sacrifícios e oferecimentos, mas palavras (de contrição); como é dito, " Tomai convosco palavras, e convertei-vos ao SENHOR" (Os 14:2) [Exod. R. xxxviii. 4].
Também neste dia (o de yom kippur) foi revelado mais claramente do que em outro dia, o Ministério do Sumo Sacerdote como Mediador entre Deus e o homem. Neste dia, como o representante oficial do povo, ele tinha acesso a presença de Deus, e o povo compartilhava esse acesso. Ao sair vivo do Santo dos Santos, o povo soube que Deus manteve sua aliança e estendeu mais uma vez a Sua clemência. Mas isto não pôde acontecer sem arrependimento, e a confissão de pecados e, claro que, o sangue de um substituto. Nm 29:7,8
O dia começava com a preparação pessoal de Arão, o sumo sacerdote por causa da sua Santa participação como mediador pelo povo. Tudo o que ele fazia na cerimônia tinha um significado que poderia ser entendido em relação à necessidade de perdão do homem.
Em primeiro lugar, Arão tira as suas vestes sacerdotais comuns. As vestes oficiais dele que eram para glória do ornamento, não seriam vistas neste momento. Arão era um homem pecador e assim, ele só se vestiu de linho branco, e precisava se arrepender juntamente com a totalidade da nação. Neste dia ele estaria se aproximando de Deus como um pecador em busca do perdão.
Vestido em túnica de linho branco, longa e adereçada, com uma faixa de linho sendo-lhe por cinto, ele ia adiante, com os olhos de todos os israelitas arrependidos fitos nele, e então atravessava o portão de entrada do pátio e conduzia um novilho e um carneiro. Este era o mesmo modo que qualquer outro pecador arrependido normalmente viria, mas desta vez ele viria buscar primeiramente o perdão de Deus por ele, por sua família, e pelos sacerdotes.
Ele conduzia o novilho ao altar de holocausto, e lá colocava as suas mãos em sua cabeça, confessava o seu próprio pecado, e os da sua família, então o sacrificava. O animal era substituto por Arão, e seu sangue era derramado de forma que a expiação poderia ser feita pelos seus pecados. Arão levava o sangue do sacrifício e o colocava em uma tigela. Ele enchia o incensário com brasas do altar de bronze no qual as partes daquele sacrifício foram queimadas até se tornarem cinzas. Então ele lavava os os pés e as mãos na pia de bronze para entrar no santo lugar. Deste momento em diante ele estava escondido da vista do povo.
Ao atravessar o santo lugar ele recolhia dois punhados do incenso do altar dourado de incenso, e então se colocava de frente para o véu que separava o Santo lugar do lugar Santíssimo. Era esse um momento temeroso pois era quando ele movia a cortina e avançava entrando assim diante da presença de Deus.
Primeiro, Arão aspergia o incenso nas brasas do incensário que ele estava levando, de forma que o santo cômodo era cheio de uma nuvem. E então, ele levava o sangue, e com o dedo aspergia no propiciatório entre os querubins do juízo. O seu último ato era aspergir o sangue no chão, na frente da arca da Aliança, 7 vezes. A presença do SENHOR era demonstrada pela nuvem da Glória que vinha sobre o Tabernáculo, e descia até o Santo dos Santos (lugar Santíssimo), entre os Querubins. O povo do lado de fora via a descida da nuvem.
Quando Arão saia do Tabernáculo, ele ia à porta da Tenda da Congregação (Lev. 16:7) enquanto eram conduzidos dois bodes até ele. Então ele lançava sortes. Como resultados, um bode era escolhido como bode para o SENHOR, enquanto que outro se tornava o bode da saída ou o bode expiatório.
O PRIMEIRO BODE
O primeiro bode era sacrificado da mesma maneira que a oferta de Arão havia sido, só que desta vez era pelos pecados do povo. Como o sumo sacerdote, ele colocava as suas mãos sobre a cabeça do bode e como representante do povo ele matava o bode por eles.
Novamente Arão voltaria ao Lugar Santíssimo. Uma vez mais em oração e adoração, ele aspergia o sangue da oferta pelo pecado sobre o propiciatório acima da arca da aliança, e aspergia 7 vezes no chão em frente do propiciatório.
DE ACORDO COM A TRADIÇÃO JUDAICA
Durante este tempo, as pessoas ficavam com grande medo. Se o sumo sacerdote demorasse, eles ficavam terrificados, pois seria um sinal de que tal sacrifício não havia sido aceito, e ele havia morrido na presença de Deus.
Quando Arão, em uma atitude de louvor, acabava sua tarefa no santo dos santos, ele abria a cortina do véu e voltava ao lugar santo para o altar de ouro. Nesta hora, ele não oferecia incenso nele, mas com o dedo, ele aspergia um pouco do sangue em seus quatro chifres ou suas quatro pontas.
Quando Arão voltava à vista do povo, ele ia para o altar do holocausto, e da mesma maneira aspergia em seus quatro chifres ou pontas o sangue do touro e do bode.
O SEGUNDO BODE
O segundo dos dois bodes estava parado. Era o bode expiatório. Este bode viveria, mas a ordem era de que ele deveria "ser levado para o deserto". Lev. 16:20-22
Esse era um quadro vivido do pecado que é removido e nunca mais visto. Como Davi disse: Sl 103:12
E este bode que representava a remoção de pecados, era levado para um lugar isolado no deserto, para nunca mais ser visto novamente.
Arão colocava ambas as mãos na cabeça do bode e confessava em cima do bode expiatório "toda a maldade e rebelião do povo de Israel" (Lv 16:21).
Em um ato de substituição simbólica, ele colocava (os pecados) na cabeça do bode, que era levado então, para longe, nos confins do deserto por um homem escolhido; este por sua vez, levaria o bode expiatório, e só retornaria quando seguramente o animal não mais poderia retornar.
Como a grande cerimônia estava terminando, Arão voltava do lugar Santo, para banhar o corpo inteiro em água, ele vinha então para fora.
Ele tinha mais um oferecimento a fazer. Era um holocausto que, diferente de todos os outros sacrifícios, era consumido completamente através do fogo no altar. Arão oferecia um cordeiro para ele, e um para o povo, era um ato de louvor e adoração a Deus, por ter provido um meio de expiação; uma forma de, vamos assim dizer, fazer uma média; ficar acima da média.
JESUS O CRISTO E A NOVA ALIANÇA
O livro de Hebreus nos ensina como o Filho de Deus, Jesus o Cristo, se tornou o Supremo Sumo Sacerdote além de quem não há nenhum outro. Este Sumo Sacerdote é alguém que conhece todas as nossas tentações e fraquezas humanas, porque Ele foi provado e tentado, e permaneceu fiel. Ele se tornou como um de nós, podendo nos representar verdadeiramente perante Deus o Pai. Hb 4:15
A carta direcionada aos israelitas/hebreus explica-nos que Cristo não veio como um filho de Arão, mas como sacerdote da ordem de Melquisedeque. Hb 7:1-3
Isto havia sido profetizado à muito tempo, nas inspiradas Escrituras por Davi: Sl 110:4
Davi enfatiza essas palavras, "Tu és sacerdote eterno. Alguém permanentemente pronto para a tarefa sacerdotal." Ele declara, porque Jesus vive para sempre, tendo um sacerdócio permanente. Hb 7:24-27
O autor de Hebreus então, enfatiza o padrão de adoração daquele que se aproxima de Deus. Ele fala do Tabernáculo, o Santo lugar e o Santo dos Santos. Ele fala da Arca da Aliança e dos querubins da Glória que ofuscam o propiciatório, e então conclui mostrando que o sumo sacerdote tinha que entrar continuamente no Santo dos Santos, ano após ano, e o fato de que ele sempre tinha que entrar continuamente no Santo dos Santos, ano após ano, e o fato de que ele sempre tinha que levar mais sangue, simplesmente mostrava a ineficácia daquele padrão para trazer salvação completa. Hb 9:11-26 / Hb 10:12,13
Estamos debaixo de uma aliança superior na qual o Mediador entre Deus e o homem é o Sumo sacerdote eterno Jesus o Cristo homem segundo a ordem de Melquisedeque, que ofereceu o próprio sangue como sacrifício a fim de lançar fora o pecado. 1 Tm 2:5 / 1 Jo 1:7
Tal sacrifício é perfeito. Hb 10:19-22 / Hb 7:25
O Tabernáculo de Deus não está mais no deserto. A presença de Deus habita em nós, nós somos o Mishkan (Tabernáculo/Moradia) de Deus. Gálatas 2:20
Pr. Thiago G. Sanchez