"DUAS FORMAS DE BUSCAR OBTER JUSTIFICAÇÃO"

"DA JUSTIÇA HUMANA PARA A JUSTIÇA DE DEUS!"

Bibliografia: Pr. Thiago G. Sanchez

Texto: Romanos 10:4 diz: "Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê."

Questão: "OBTENÇÃO DE JUSTIFICAÇÃO"

Foco: JUSTIÇA HUMANA vs JUSTIÇA DE DEUS. 

"Salvação, Aceitação, Perdão Divino, Justificação", Era fruto da justiça humana provém de obras em si, ou, Era fruto da justiça de Deus que provém da fé em si e que deve ser confirmada pela produtividade?

Para grande parte dos integrantes da religião do judaísmo tradicional da época do Messias e da época de Paulo, havia se tornado fruto da meritocracia humana baseado na própria justiça em si.

Mas em meio a essa forma legalista de pensar na época do Messias e na época de Paulo, havia um remanescente que pensava da forma correta.

A justiça de Deus, se refere à ação justificadora de Deus mediante o exercício da fé/confiança não em si mas em Deus. 

Paulo quando ainda era um judeu tradicional possuía uma compreensão legalista quando a maneira de alcançar ou obter a Justificação divina.

GL 1:13,14

Fp 3:4-6

Paulo quando se torna um judeu messiânico ele passou por uma mudança na sua compreensão quando a maneira de alcançar ou obter justificação, que passou a ser semelhante a forma como muitos compreendiam e como consta no manuscrito do Mar Morto.

Fp 3:7-9

Vejamos o que consta nos manuscritos do mar morto que datam entre o século II a.C. a 70d.C.

Consta em IQS 11.11-15:

"Quanto a mim, (12) se eu tropeçar, as misericórdias de Deus serão minha salvação eterna. Se eu cambalear por causa do pecado da carne, minha justificação (mshpti) será pela justiça de Deus que dura para sempre. (13) [...] Ele me atrairá para sua graça, e por sua misericórdia trará minha (14) justificação {mshpti). Ele me julgará na justiça de sua verdade, e na grandeza de sua bondade, ele me perdoará (ykpr) todos os meus pecados. Através de sua justiça, ele me purificará da impureza dos homens (15) e do pecado das crianças dos homens (segundo a tradução de Vermes)."

Temos um texto que fala claramente da graça, misericórdia e justiça de Deus como o fundamento da esperança, da asserção dos pecados perdoados. 

E foi essa última compreensão que Paulo passou a ensinar através de suas cartas, combatendo assim aquilo que era seu entendimento inicial quanto a forma de obter ou alcançar justificação antes ele supunha que era alcançada por obras em si mas agora ele entende e ensina que na verdade é por fé e não por legalismo!

COMO SE PODE VER, o ca­ráter gratuito da justiça de Deus como uma afirmativa nas cartas de Paulo, não é algo que começou a ser ensinado por Paulo, não é algo que se originou com Paulo, como atestam os manuscritos do Mar Morto!

Fato é que muitos judeus tradicionais entendiam e ensinavam de forma errada que a justificação como um status tinha de ser merecida ou conquista por mérito próprio através de suas ações justas em si!

Mas haviam aqueles que mesmo tradicionais criam da certa forma como Paulo ensinava: Perdão e Justificação pela graça por meio da fé!

Havia uma visão teológica tradicional legalista no judaísmo do primeiro século que enfatizava o mérito humano para a obtenção do perdão e Justificação como recompensa pelo próprio mérito em si através da justiça humana.

Havia uma visão teológica judaica que entendia que a justiça de Deus era a que se devia buscar através da confiança total na graça de Deus e em Deus, o que garantiria um julgamento favorável.

CONCLUSÃO:

Romanos 10:4 "Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê."

O trecho "porque o fim da lei..." inicialmente quer dizer: "Porque a real finalidade da Torah..."

Porem, em decorrência da realidade do legalismo existente na época do Messias e de Paulo, por fim também quer dizer: "Porque o fim do legalismo..."

Ou seja, não é obedecer para merecer algo de Deus (seja lá o que for!) confiando na própria justiça humana baseada no esforço humano de si mesmo; é sim, obedecer confiando na justiça de Deus que se alcança através da fé recebendo assim de Deus de forma imerecida, e tal fé é confirmada, demonstrada, evidenciada, retificada por meio das ações concretas ou obras, sem legalismo.

Pr. Thiago G. Sanchez