Basicamente
pode-se dizer que Pelágio ensinava que o homem nasce em uma condição moralmente
neutra, ou seja, sem pecado. Assim o homem após a queda de Adão é dotado
plenamente do livre-arbítrio, de modo que sozinho ele é capaz de decidir entre
o bem e o mal.
PORÉM,
A pesar
de concordar APENAS com o fato de que o ser humano realmente que vem ao mundo
de forma natural como filho de Adão, nasce sem pecado em si, acrescento que o
ser humano filho de Adão nasce com uma forte e humanamente falando irrefreável
inclinação ao mal que por si só não é pecado mas que leva ao pecado quando não
devidamente refreada, de modo que muito rapidamente o ser humano nascido filho
de Adão, por não conseguir por si só refrear sozinho essa inclinação interna
existente em sua natureza humana decaída, inclinação interna essa que o puxa
para o mal levando-o assim a pecar, o ser humano acaba em algum momento
deixando-a aflorar em si desenfreadamente, e aí o ser humano filho de Adão se
torna mais um pecador sobre a face da terra; é assim como todos os humanos
filhos de Adão, e é com esse entendimento que devemos compreender Rm 3:23 que
diz que todos [judeus e não judeus] igualmente pecaram e por isso são
pecadores; somos pecadores não porque Adão pecou mas sim porque nós pecamos e
nosso primeiro pecado cometido em algum momento ao virmos ao mundo, durante
nossa meninice, nos tornou pecadores; viemos ao mundo santos, sem pecado
próprio, mas sujeitos a morte física e carregando em si uma inclinação
desenfreada que nos puxa para um lado, e que por não conseguirmos por si só
refreá-la por muito tempo, acabamos violando um princípio espiritual e moral do
Eterno, o que constitui-se PECADO.
Sendo
assim, nenhum filho de Adão, isto é, nenhum ser humano que nasce de forma
natural, ou seja, com esse desajuste em suas inclinações internas, consegue por
si só e por muito tempo refrear sua inclinação ao mal e fazer somente o bem
durante toda a sua vida; icsto Cnom Ecxiste!
Precisamos
da ajuda do Eterno, Precisamos da Graça do Eterno, Precisamos do Espírito do
Eterno internalizado, Precisamos do Poder do Eterno operante em nosso interior,
E AINDA SIM não conseguimos no presente momento viver uma vida totalmente sem
pecado; isso só vai ser possível quando este corpo com essa natureza humana
decaída for transformado na vinda de Cristo.
Romanos
8:23 "E não somente ela, mas igualmente nós, que temos os primeiros frutos
do Espírito, também gememos em nosso íntimo, esperando com ansiosa expectativa,
por nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo."
Como
Jesus nasceu de forma sobrenatural, ele não é considerado filho de Adão, mas
filho de Deus, assim como Adão é considerado filho de Deus, porém Jesus em
certo sentido é semelhante a Adão antes de Adão pecar; Jesus não herdou esse
desajuste em suas inclinações, ele veio ao mundo assim como Adão, ou seja,
perfeitamente equilibrado e ajustado para o bem, para fazer o certo do jeito
certo como deve ser feito.
Lucas 3:38 "filho de Enos, filho de Sete, filho de Adão, filho de Deus."
Então não se pode aplicar a Jesus o que se lê em:
Eclesiastes
7:20 "Contudo, não existe um homem tão justo sobre a face da terra que
saiba fazer o bem sem jamais pecar!"
Por isso
que foi possível a Jesus não cometer um pecado se quer. 1 Pedro 2:22 “Ele não
cometeu pecado algum, nem qualquer engano foi encontrado em sua boca.”
Jesus não
tinha o que todos nós temos, a saber, uma inclinação ao mal desenfreada que por
si só humanamente falando, a parte de Deus e da graça de Deus, através do
esforço humano próprio, é impossível ser refreada por muito tempo,
definitivamente!
Não somos
pecadores porque Adão pecou.
Não
pecamos porque somos pecadores.
Somos
pecadores porque pecamos.
1 João
1:8 "Se declaramos que não temos pecado algum enganamos a nós mesmos, e a
verdade não está em nós."
Romanos
7:14-23 "Porquanto é do nosso pleno conhecimento de que a Lei é
espiritual; eu, entretanto, sou limitado pela carne, pois fui vendido como
escravo ao pecado. Pois não compreendo meu próprio modo de agir; porquanto o
que quero, isso não pratico; entretanto, o que detesto, isso me entrego a
fazer. Ora, e se faço o que não desejo, tenho que admitir que a Lei é boa.
Nesse sentido, não sou mais eu quem determina o meu agir, mas sim o pecado que
habita em mim. Porque sei que na minha pessoa, isto é, na minha carne, não
reside bem algum; porquanto, o desejar o bem está presente em meu coração,
contudo, não consigo realizá-lo. Pois o que pratico não é o bem que almejo, mas
o mal que não quero realizar, esse eu sigo praticando. Ora, se faço o que não
quero, já não sou eu quem o realiza, mas o pecado que reside em mim. Assim,
descubro essa Lei em minha própria carne: quando quero fazer o bem, o mal está
presente em mim. Pois no íntimo da minha alma tenho prazer na Lei de Deus;
contudo, vejo uma outra lei agindo nos membros do meu corpo, guerreando contra
a lei da minha razão, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que atua em
todos os meus membros."
Conclusão:
Romanos
7:24,25 "Miserável ser humano que sou! Quem me libertará deste corpo de
morte? Graças a Deus, por Jesus Cristo, nosso Senhor! De modo que, eu mesmo com
a razão sirvo à Lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado."
1
Coríntios 15:53-57 "Pois é impreterível que este corpo que perece se
revista de incorruptibilidade, e o que é mortal, se revista de imortalidade. No
momento em que este corpo perecível se revestir de incorruptibilidade, e o que
é mortal, for revestido de imortalidade, então se cumprirá a palavra que está
escrita: Devorada, pois, foi a morte pela vitória!. Onde está, ó Morte, a tua
vitória? Onde está, ó Morte, o teu aguilhão? Porquanto, o aguilhão da Morte é o
pecado, e o poder do pecado é a Lei. Contudo, graças a Deus, que nos dá a
vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo!”
Pr. Thiago
G. Sanchez
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