"ENTENDA O PORQUÊ
QUE MARIA IRMÃ DE LÁZARO FICOU ASSENTADA EM CASA"
Texto: João 11:20
"Ouvindo, pois, Marta que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro; Maria, porém,
FICOU ASSENTADA EM CASA."
Existem Cinco
Períodos Ou Estágios do Luto:
I. O primeiro estágio ou período é entre
a morte e o enterro (aninut), quando o desespero é mais intenso.
Durante esse tempo,
não apenas as amenidades sociais, como até exigências religiosas positivas,
foram canceladas em reconhecimento ao estado de espírito do enlutado.
II.
O segundo estágio consiste nos
primeiros três dias após o funeral, dias devotados a "choro e
lamentação".
Durante esse tempo,
o enlutado nem sequer responde aos cumprimentos, e permanece em sua casa
(exceto sob circunstâncias especiais).
É um tempo em que
se desencoraja até visitas ao enlutado, pois é cedo demais para consolar os
enlutados quando a ferida ainda estão tão fresca.
III. O terceiro é o período de shivá (que significa: 7), os
sete dias seguintes ao enterro (este período mais longo inclui os primeiros
três dias.)
Durante esse tempo
o enlutado emerge do estado de luto intenso para um novo estado de mente, no
qual está preparado para falar sobre a sua perda e a aceitar consolo de amigos
e vizinhos.
O mundo agora se
amplia para o enlutado.
Embora ele
permaneça dentro de casa, expressando sua tristeza por meio das observâncias de
avelut – sentar-se num banco baixo, usar chinelos, abster-se de arrumar-se,
recitar o cadish – seus conhecidos vão à sua casa para expressar solidariedade
ao seu sofrimento.
O gelo interior que
vem com a morte de seu parente agora começa a derreter.
O isolamento do
mundo das pessoas e o retiro para dentro de si mesmo agora de certo modo relaxam,
e a normalidade começa a retornar.
IV.
O quarto estágio é o de sheloshim, os
30 dias que se seguem ao enterro (que incluem a shivá).
O enlutado é
encorajado a sair de casa após a shivá e aos poucos retornar ao convívio
social, sempre reconhecendo que ainda não passou tempo suficiente para assumir
as relações sociais plenas.
O corte de cabelo
ainda é proibido para os homens.
V.
O quinto e último estágio é o período
de doze meses (que inclui o sheloshim) durante o qual as coisas retornam ao
normal, e os negócios novamente se tornam rotina, porém os sentimentos do
enlutado ainda estão feridos pela ruptura de seu relacionamento com um parente.
A procura de
entretenimento e diversão é reduzida.
Ao final deste
último estágio, o período de doze meses, não se espera que a pessoa continue
com seu luto, exceto por breves momentos quando yizkor ou yahrtzeit é
observado.
Na verdade, a nossa
tradição reprova uma pessoa por prantear por mais tempo que este período
prescrito.
Nesse processo de
luto gradual, magnificamente concebido, o judaísmo ergue o enlutado da tristeza
e desespero para a retomada de seu equilíbrio e retorno a sua vida normal.
As origens da shivá:
Estabelecer um
tempo para a expressão da dor está indicado na Torá e é mencionado, de forma
recorrente, em suas primeiras narrativas históricas.
Um exemplo é Yossef, José -
Yossef chorou 7 dias pelo seu pai Jacob, registrado em B'reshit Gênesis 50:10
Durante uma semana, os enlutados ficam em casa, abstendo-se de quaisquer atividades profissionais ou de lazer. Parentes e amigos fazem visitas de condolências à casa dos enlutados, e três vezes por dia (de manhã, à tarde e a noite) realizam-se serviços religiosos.
Um exemplo é Yossef, José -
Yossef chorou 7 dias pelo seu pai Jacob, registrado em B'reshit Gênesis 50:10
Durante uma semana, os enlutados ficam em casa, abstendo-se de quaisquer atividades profissionais ou de lazer. Parentes e amigos fazem visitas de condolências à casa dos enlutados, e três vezes por dia (de manhã, à tarde e a noite) realizam-se serviços religiosos.
O enlutado, portanto, fica em casa durante todo o período de
shivá. Torna-se então o dever moral da comunidade ir à porta do
enlutado e confortá-lo com palavras, para dessa forma
tirar o enlutado da solidão e encaixa-lo novamente na estrutura social.
A instituição da Shivá tem como finalidade dar à família forças psicológicas e
espirituais para continuar depois da perda de um ente querido. O enlutado não
esta só; muito pelo contrário, ele faz parte da "comunidade" dos
"enlutados de Sion". É esta consciência de grupo que lhe dá conforto,
que lhe permite emergir fortalecido, preparado para enfrentar as vicissitudes
da vida, e pronto para reassumir suas responsabilidades perante o seu povo.
Outro exemplo é o Sumo sacerdote Aharon, Arão -
O Sumo sacerdote,
Aharon, é golpeado pela morte súbita de seus dois filhos no auge de suas
carreiras.
Quando Moshê
pergunta por que a oferenda de sacrifício não fora comida no dia da morte
deles, Aharon responde: "Coisas assim caíram sobre mim, e se eu tivesse
comido a oferenda, isso teria sido agradável aos olhos do Eterno?"
(Vayicrá Levítico 10:20). A explicação de Aharon é que o tempo de luto não é
uma ocasião para festejar perante Hashem; é, especificamente, para expressar a
dor.
Assim também, Amós
refere-se a um período especial para o luto.
Ele profetiza as consequências
desastrosas da injustiça e imoralidade, e declara: "E eu transformarei
seus festins em luto, e todas as suas canções em lamentos; e trarei sacos de
estopa sobre todas as cinturas, e calvície sobre todas as cabeças; e farei isso
como se fosse o luto pelo único filho; e o fim será um dia amargo" (Amos
8:10).
O dia de chorar é
yom mar: "um dia amargo".
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