Essa é a resposta afiada de alguns cristãos
quando o assunto é obediência a Torah de Deus.
Essa declaração tem um problema.
Deus deu a Torah Dele, para o povo dEle, na
aliança sinaítica Deus deu para os judeus israelitas e para os estrangeiros que
viviam no meio deles, pois estes serviam ao mesmo Deus; os estrangeiros
precisavam ser circuncidados externamente.
Na nova aliança Deus novamente deu a Torah
dEle, para o povo dEle, a saber, para crentes dentre os judeus israelitas e
para os crentes dentre os gentios que são estrangeiros; porém, pela fé e
através da nova aliança estes dentre os judeus israelitas e dentre os gentios, que
servem ao mesmo Deus e ao mesmo Messias, passam a ser um único povo,
circuncidado no coração; não somos estrangeiros no meio deles, somos
concidadãos juntamente com eles, e igualmente filhos de Abraão com eles a
semelhança de Isaque, sendo assim, está errado esse negócio de: "Ah, eu
não sou judeu, isso não é pra mim!", A não ser, é claro, que o assunto em
questão seja circuncisão externa dos dentre os gentios, e, indumentária para os
mesmos.
Fora de Cristo de fato existe essa distinção:
judeu e não judeu; mas em Cristo quando adentramos na nova aliança essa
distinção acaba; e os textos por si só evidenciam isso.
Vejamos alguns apenas:
Rm 9:1-5 Tudo é (e não, era, por supostamente
haverem perdido) dos judeus, pois a eles foi dado.
Ef 1:11,12 Os gentios simplesmente não tinham
nada no mundo éramos como o mendigo da parábola do rico e Lázaro.
Por isso, Paulo escreveu o que consta em: Rm
15:25-27 Eles sem saber repartiram conosco o que é deles pois à eles foi dado.
Rm 11:11-32 Os judeus de certa forma compartilharam
conosco, e pela fé temos acesso as mesmas coisas, pois fomos unidos a Israel,
enxertados em Israel e não somente em Cristo.
Por meio de Cristo, nós adentramos na nova
aliança que Deus fez com o mesmo povo e assim nos tornamos membros integrantes
do povo de Deus; Deus não trocou de povo, de esposa, Deus ampliou seu povo, sua
esposa. Jr 31:31-34
No Israel de Deus, formado por indivíduos
crentes dentre os judeus e dentre os gentios, não há mais esse negócio de judeu
e não judeu, essa distinção acaba sem necessidade de proselitismo, pois agora
mediante a fé ao adentrarmos na nova aliança, nós dentre judeus e dentre
gentios, somos um só povo, o povo do Eterno, sem distinção; a igreja começa em
Israel, não existe igreja sem Israel; não se pode desconectar a Igreja de Deus
e de Cristo, de Israel; a teologia da substituição é uma teologia anátema,
maldita, herética.
Os dentre os judeus são circuncidados duas
vezes; os dentre os gentios são circuncidados apenas uma vez.
Somos então um só povo, com deveres iguais
perante o Eterno, tendo acesso as mesmas promessas. Rm 2:13-29 / Ef 3:3 / Cl
2:11 / Cl 3:11 / Gl 3:28,29
As únicas coisas que de fato são única e
exclusivamente para a descendência de Abraão segundo a carne, são a circuncisão
externa, e as questões de indumentárias, só isso; não precisamos nos vestir
como judeus e sermos circuncidados externamente para então fazermos parte do
povo do Eterno, porque mediante a fé/confiança em Deus e no Cristo de Deus nós
adentramos na nova aliança e nos tornamos integrantes do povo do Eterno, somos
irmãos com promessas e deveres iguais.
Sobre a questão do dízimo na nova aliança,
vejamos um texto: Hebreus 7:4-7
A prática da solidariedade, do dízimo, por
exemplo, destinado a tribo de Levi, continuava sendo observada no período da
nova aliança onde o Templo em Jerusalém ainda estava de pé e os judeus ainda
não haviam sido dispersos de sua terra.
O princípio espiritual por detrás do Dízimo
era e continua sendo o mesmo para Deus:
1. Reconhecimento;
2. Gratidão;
3. Solidariedade;
4. Amor praticado.
Para estes princípios, não há fronteiras e
nem prazo de validade!
Tudo deve ser feito:
1. De boa vontade;
2. Com alegria;
3. De coração aberto;
4. Voluntariamente;
5. Por amor;
6. Por gratidão;
7. Por reconhecimento.
O ponta pé inicial é 10%, e o ápice é 100%!
A História Da Humanidade Não Se Divide Em
Dispensações!
John Nelson Darby foi o responsável por
elaborar uma visão dispensacionalista; segundo ele, Deus trabalha com
dispensações, que ao todo seriam sete:
1. Inocência.
2. Consciência.
3. Governo humano.
4. Patriarcal.
5. Lei.
6. Da igreja e graça.
7. Dispensação do Reino.
Essa linha teológica é também
pré-tribulacionista.
No dispensacionalismo se ensina que lei é uma
dispensação com tempo para começar e pra acabar por causa da incapacidade
humana, e que a graça de Deus é uma dispensação com tempo para começar e com
tempo para acabar; bem como se ensina que a igreja assumiu o lugar de Israel
como povo de Deus; nesse caso a graça substituiu a lei, o evangelho substituiu
a torah, a igreja substituiu israel; Só que não é bem assim!
Primeira coisa: Deus não divide a história da
humanidade em dispensações.
A palavra dispensação aparece sim algumas
poucas vezes nos escritos da nova aliança:
Ef 1:10 dispensação da plenitude dos tempos...
Ef 3:2 dispensação da graça de Deus [não é a dispensação da graça ensinada no
dispensacionalismo; o sentido aqui é outro.]...
Ef 3:9,2-6 dispensação do mistério...
Cl 1:25 dispensação de Deus...
Porém, o que Paulo está querendo ensinar é
que: Aprouve a Deus num tempo determinado por Ele mesmo, enviar Seu Filho para
formar um povo para Deus o Pai composto por pessoas dentre todas as nações da
terra, a começar por Israel, e isso se dá na Nova Aliança inaugurada
oficialmente na cruz com o derramamento de sangue do Cordeiro de Deus; Deus
manifestou essa graça de forma mais plena através de Cristo mediante a nova
aliança feita com as duas casas de Israel, neste tempo presente que Paulo chama
de "a dispensação da plenitude dos tempos", onde o mistério oculto,
que é fazer com que pessoas de todas as nações se tornem o povo do Eterno por
intermédio da fé em Cristo, foi revelado, e está até agora em processo de cumprimento.
Essa dispensação sim existe, e é nesse tempo
que estamos; porém, a história da humanidade não se divide em dispensações; e
aí entra a segunda coisa.
Segunda coisa: Deus trabalha desde o
princípio com alianças, e isso está registrado.
Veja muitas destas alianças:
1) Aliança Adãmica. Os 6:7
2) Aliança Noatica, Universal. Gn 9:9-17
Aliança Patriarcal
3) com Abraão, Gn 15:12-21; Gn 17:4
4) Isaque, Gn 26:3-5
5) Jacó, Gn 28:13-15
6) Com Israel. Êx 31:16
7) Aliança Sinaítica com Israel. Êx 24:1-11
8) Aliança com Josué. Js 1:1-8
9) Aliança Davídica. 1 Cr 17:1-15 / 2 Sm 23:5
10) Nova Aliança que adentra a eternidade com as duas casas de Israel. Jr
31:31-34
A história da humanidade se divide em
alianças e não em dispensações!
As principais alianças são:
1. Com Adão.
2. Com Noé e Humanidade.
3. Com os patriarcas.
4. Com Israel no Sinai.
5. Com Davi.
6. Com Israel no Calvário.
Neste tempo presente:
1. A igreja não substituiu Israel como povo de Deus, nós fomos enxertados.
2. A graça não substituiu a lei.
3. O evangelho não substituiu a Torah de Deus.
Lei e Torah é a mesma coisa; quando se fala
tempo da lei está sendo dito tempo da torah; o que envelheceu e acabou não foi
a lei de Deus, não foi a torah de Deus, foi tão somente a aliança feita no
Sinai!
Sendo assim, a expressão "tempo da
lei", dando a entender que hoje não se deve observar mais a Lei de Deus, a
Torah de Deus, não passa de um grande equívoco no interpretar as cartas
Paulinas.
Thiago Sanchez, servo, pr.
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