sábado, 9 de março de 2019

1 CORÍNTIOS 8


Tema: “ALIMENTO OFERECIDO AOS ÍDOLOS” 1 Co 8


Entenda que os fracos neste contexto não são os que se escandalizam por não entender que não há problema algum em comer alimento oferecido e dedicado aos ídolos!



1 CORÍNTIOS 8:1-13


Paulo aborda outra pergunta dos coríntios: “No tocante às carnes sacrificadas aos ídolos”.

Se quisermos compreender essa pergunta em sua gravidade, teremos de lembrar que na Antiguidade todo tipo de “carnear” era um ato religioso, um “imolar”. Sendo assim, todo animal ao ser abatido tinha um pedaço que era trazido e oferecido expressamente a uma divindade e queimado em seu altar, enquanto que toda a carne restante servia, então, para alimento humano.

Nos versos 1 ao 13, Paulo escreve: No que se refere aos alimentos sacrificados aos ídolos, reconheço, como dizeis, que “todos nós temos pleno conhecimento”. Porém, esse tipo de conhecimento produz orgulho, mas o amor nos faz crescer na fé. A pessoa que imagina conhecer alguma coisa, ainda não tem a sabedoria que necessita. Todavia, quem ama a Deus, este é conhecido por Deus. Portanto, no que se refere à comida sacrificada a ídolos, temos pleno conhecimento de que o ídolo não tem o menor significado no mundo e que só existe um Deus! Pois, ainda que haja os chamados deuses, quer no céu, quer na terra – como de fato há muitos deuses e senhores – para nós, contudo, há um único Deus, o Pai, de quem tudo procede e para quem vivemos; em um só Senhor, Jesus Cristo, por intermédio de quem tudo o que há veio a existir, e por meio de quem também vivemos. No entanto, nem todos conhecem essa verdade. Alguns, ainda acostumados com os ídolos, comem esse alimento como se fosse um sacrifício idólatra; e como a consciência deles é frágil, deixam-se contaminar. Ora, não são os alimentos que nos fazem aceitáveis diante de Deus; não nos tornaremos piores se não comermos, nem melhores se comermos. Contudo, tendes cuidado para que o exercício da vossa liberdade não se torne um motivo de tropeço para os fracos. Porquanto, se alguém que tem a consciência fragilizada vir a ti, que tens este conhecimento, comendo à mesa no templo de ídolos, não será induzido a se alimentar do que foi oferecido em sacrifício a ídolos? E, assim, esse teu irmão mais fraco, por quem Cristo também morreu, é destruído pelo teu conhecimento. Portanto, quando pecas contra teus irmãos dessa maneira, ferindo a consciência fraca deles, pecas contra Cristo. Concluindo, se o alimento que eu como induz meu irmão a pecar, nunca mais comerei carne a fim de que não seja eu a causa do pecado dele.

VAMOS REORGANIZAR ESSE DISCURSO DA SEGUINTE FORMA:

No que se refere aos alimentos sacrificados aos ídolos. Alguns, ainda acostumados com os ídolos, comem esse alimento como se fosse um sacrifício idólatra; e como a consciência deles é frágil, deixam-se contaminar. Porquanto, se alguém que tem a consciência fragilizada vir a ti, que tens este conhecimento, comendo à mesa no templo de ídolos, não será induzido a se alimentar do que foi oferecido em sacrifício a ídolos? Portanto, quando pecas contra teus irmãos dessa maneira, ferindo a consciência fraca deles, pecas contra Cristo.

Dizeis, que “todos nós temos pleno conhecimento”. Esse tipo de conhecimento produz orgulho. No que se refere à comida sacrificada a ídolos, temos pleno conhecimento de que o ídolo não tem o menor significado no mundo e que só existe um Deus. Há um único Deus, o Pai. Um só Senhor, Jesus Cristo. Nem todos conhecem essa verdade. Ora, não são os alimentos que nos fazem aceitáveis diante de Deus; não nos tornaremos piores se não comermos, nem melhores se comermos. Tendes cuidado para que o exercício da vossa liberdade não se torne um motivo de tropeço para os fracos. E, assim, esse teu irmão mais fraco, por quem Cristo também morreu, é destruído pelo teu conhecimento. Concluindo, se o alimento que eu como induz meu irmão a pecar, nunca mais comerei carne a fim de que não seja eu a causa do pecado dele.

O amor nos faz crescer na fé. A pessoa que imagina conhecer alguma coisa, ainda não tem a sabedoria que necessita. Todavia, quem ama a Deus, este é conhecido por Deus.

A questão é: O SERVO DE DEUS E DE CRISTO, PODIA OU NÃO COMER DESSA CARNE RESTANTE?

Paulo demonstra não só conhecimento e entendimento, como também sabedoria e amor. Versos 7,10,13 “No entanto, nem todos conhecem essa verdade. Alguns, ainda acostumados com os ídolos, comem esse alimento como se fosse um sacrifício idólatra; e como a consciência deles é frágil, deixam-se contaminar... Porquanto, se alguém que tem a consciência fragilizada vir a ti, que tens este conhecimento, comendo à mesa no templo de ídolos, não será induzido a se alimentar do que foi oferecido em sacrifício a ídolos?.. Concluindo, se o alimento que eu como induz meu irmão a pecar, nunca mais comerei carne a fim de que não seja eu a causa do pecado dele.”

Haviam em Corinto israelitas e judeus que desde pequeno haviam aprendido a ter aversão a tudo o que tinha a ver com ídolo e que por isso rejeitavam decididamente qualquer consumo de carne sacrificada a ídolos. Os fracos não são estes!

Numa cidade grega como Corinto tal posicionamento de abster-se de carne sacrificada a ídolos, significava renunciar a praticamente todo consumo de carne.

Entretanto, como se depreende (entende, compreende) especialmente do verso 7, havia também membros gregos da igreja que por causa de seu passado temiam comer carne relacionada a sacrifícios gentios. Os fracos são estes!

Por outro, lado havia um grupo de “fortes” e “livres” que, conhecendo e entendendo que os deuses ou ídolos gentílicos nem sequer existiam (verso 4), e que por isso todos os costumes sacrificais ao se abater o gado eram completamente inócuos (segundo estes fortes e livres, tais costumes ERAM inofensivos, não ofereciam perigo ou risco algum, TENDO EM VISTA QUE os ídolos simplesmente não existiam e nem tinham poder algum), E QUE a “carne sacrificada a ídolos” era apenas uma carne comum, que o servo de Deus e de Cristo, em virtude de seu “conhecimento”, podia comer sem nenhum escrúpulo, sem nenhuma hesitação da consciência. Esse grupo usava o consumo destemido dessa carne como um ato de testemunhar para os demais, sobre si mesmo, de que são fortes, de que são livres, porque são conhecedores e entendedores da verdade; tal prática que demonstrava claramente presença de orgulho e ausência de amor, não estava contribuindo em nada para a edificação da igreja.

Trazendo para os dias de hoje, “carne sacrificada a ídolos”, “alimento oferecido a ídolos”, PODEMOS INCLUIR, os famosos doces que são dados após serem oferecidos a Cosme e Damião muita das vezes por pessoas que inclusive tem envolvimento com a macumba, com o espiritismo, etc.

Será que para eu ser alguém forte ou para eu ser considerado alguém forte, eu tenho que comer esse tipo de coisas? Será que para eu ser considerado forte pelo outros eu tenho concordar com pessoas que dizendo servir a Deus e a Cristo, ainda sim come destas coisas e não me posicionar contra tal prática?

Não podemos transformar a liberdade em libertinagem para fazer tudo o que nos der na telha como se ser livre significasse viver sem limites!

Paulo até reconhece que há conhecimento na comunidade em Corinto: “Sabemos que todos possuímos conhecimento” [tradução do autor]. Devido à proclamação e ao ensino cristãos não falta “conhecimento”. Uma igreja como Corinto era singularmente “rica em toda palavra e todo conhecimento” (1 Coríntios 1:5 e versos seguintes). Por isso, Paulo escreve “sabemos”, ou seja, nós temos conhecimento.

Paulo concorda com o conhecimento de que os ídolos pagãos, não existem realmente, como os intitulados forte entendiam.

Só que Paulo não concordava com o que aqueles que pertenciam a tal grupinho estavam fazendo com base nesse conhecimento de que os ídolos não existem, daí vão nos templos pagãos e comem da carne dos sacrifícios ali oferecidos aos ídolos que em si e por si só nada são a não ser fruto da imaginação dos homens aqui na terra.

Por eles conhecerem que os ídolos nada são, eles entendiam que sendo assim podiam ir nos templos pagãos e comer da carne dos sacrifícios ali oferecidos aos ídolos que em si e por si só nada são a não ser fruto da imaginação dos homens aqui na terra.

1. Paulo discorda desse grupinho de fortes não no tocante ao conhecimento em si sobre os ídolos, mas no tocante ao entendimento deles.

2. Paulo discorda do que eles estavam fazendo motivados por tal conhecimento específico sobre os ídolos em si, que baseado em um entendimento equivocado e por terem se tornado orgulhosos por causa do conhecimento específico que tinham obtido sobre os ídolos em si, eles não estavam nem aí para os que não tinham ainda tal conhecimento de que os ídolos nada são!

3. Não é porque o ídolo nada é que este grupinho de fortes deveriam entrar em um templo pagão e comer do alimento que foi oferecido a tal ídolo.

4. Se fizessem isso errariam não só por influenciar aqueles que saíram dessa vida e que ainda não estão firmes na fé, a se voltarem para tais práticas, como também porque por detrás de tais falsos ídolos existem potestades, existem demônios, e é com estes que tais cultuadores de ídolos tem contato, é a estes que tais oferecedores de sacrifícios sacrificam, é com estes que tais comedores de carne de sacrifício aos ídolos na verdade tem comunhão ao participarem desta mesa.

Paulo está dizendo para esse grupinho de fortes: Apesar de vocês serem fortes (no sentido de irem lá e comerem o alimento oferecido aos ídolos no templo pagão, e ainda sim não se voltarem definitivamente para o culto aos ídolos rejeitando o culto a Deus) por continuarem cultuando a Deus e a Cristo nos demais dias do ano, existem em contra-partida, aqueles que verão você fazerem isso (e por não estarem fortes ou firmes e decididos a servirem a Deus e a Cristo até o fim), se voltarão para tais práticas das quais haviam saído para servir a Deus e a Cristo, ou seja, eles deixaram a fé em Deus e em Cristo e voltarão para os ídolos e seus cultos pagãos e idólatras.

Esse grupinho sendo forte (no sentido de estar firme na fé), e sendo conhecedor de que o ídolo em si nada é e nada pode, passou a agir de forma errada em decorrência de um entendimento equivocado que o conhecimento os levou a ter, entendimento equivocado esse de que já que o ídolo pagão não existe, então podiam frequentar o templo pagão e comer dos sacrifícios; isso era e é errado, porque a prática em si de ir e comer (ainda que não os fizesse se voltarem ao culto aos ídolos), implicaria em ter uma comunhão com seres espirituais que estavam e continuam estando por detrás desses ídolos que sim não existem!

Aquele grupinho é chamado de forte não porque comiam tudo e suas consciências estavam tranquilas; Na verdade aquele grupinho é chamado de forte simplesmente porque por exemplo iam três vezes ao ano em um culto e ritual pagão apenas para cair na carne e encher a barriga, enquanto que em todos os demais dias do ano estas pessoas continuavam se reunindo para cultuar a Deus e comer da mesa do Senhor.

Aquele grupinho de fortes achava que não estavam fazendo nada de errado indo no templo pagão e comendo tais alimentos oferecidos aos ídolos, simplesmente por conhecerem que os ídolos eram inexistentes e impotentes.

Mas esse grupinho de fortes não entendiam que por detrás daqueles ídolos que de fato não existem, há potestades, demônios; e ao frequentar aquele ambiente esse grupinho de fortes estariam tendo contato com tais potestades, com tais demônios, que ali agem através do culto aos ídolos, e ao comer daquele alimento oferecido ao ídolo inexistente e impotente, na verdade eles estavam tendo comunhão com a potestade, com o demônio, que está por detrás daquele ídolo e que recebeu para si aquele alimento oferecido ao ídolo inexistente e impotente em si mesmo; esse grupinho de forte não só cometiam esse erro como também acabam jogando aqueles que haviam acabado de sair desse meio e que ainda não estavam firmes na fé em Deus e em Cristo.

Eram fortes, tinham conhecimento, mas não tinham o correto entendimento, e por isso faziam algo que apesar de acharem certo, Paulo mostra que na verdade é errado, e ainda se mostravam orgulhosos e sem amor para o irmão recém convertido e que ainda está lutando para se firmar na nova fé em Deus e em Cristo!

Conclusão:

Os fracos aqui especificamente são os recém convertidos dos ídolos e do paganismo que ainda não estavam alicerçados ou totalmente firmes na fé em Deus e em Cristo.

Paulo não era a favor de servo de Deus e de Cristo comer alimento oferecido a ídolos, Paulo não ensina esse negócio de que tal alimento oferecido aos ídolos é só ser apresentado posteriormente a Deus e pronto é só mandar pra dentro da barriga; não, Paulo não ensina isso, Paulo era contra ingerir alimento uma vez oferecido e dedicado aos ídolos por detrás dos quais havia e há uma potestade, um demônio escondido e agindo; e muito menos Paulo diz que estes que comem tais coisas são os tais fortes neste contexto da carta aos coríntios.

Thiago Sanchez


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